Três Sporting's numa semana...

O fantástico, o péssimo e o "assim-assim"...

O grande problema do Sporting no passado mais recente tem sido claramente a irregularidades de resultados e exibições, facto que tem impedido a equipa de Paulo Bento dar o passo seguinte e conquistar o campeonato. A semana que agora terminou foi um exemplo inequívoco dessa situação, o Sporting não só alternou entre vitória, empate e derrota, como passou do 80 ao 8 em termos de qualidade de jogo apresentada. Este ciclo de três jogos verdadeiramente cruciais para o clube começou num sábado, em pleno estádio José Alvalade, os leões foram anfitriões do seu rival de sempre e "despacharam" os vizinhos da segunda circular com um toque de magia, tal foi a intensidade e qualidade de jogo transpostas para campo pelos atletas leoninos. O Sporting venceu e brilhou num desafio onde os encarnados viram no resultado o seu maior motivo de alegria, uma vez que a margem mínima não ilustra nem de perto o que se passou dentro de campo, num jogo que poderia ter entrado para a história das goleadas no maior clássico dos clássicos. Este resultado mas sobretudo a exibição, pareciam ser o mote para uma semana triunfal e o arranque para um ultimo terço de temporada extraordinário. O adversário seguinte era o Bayern, e nem o nome de um dos gigantes do futebol europeu atemorizava os leões, o momento era fantástico e todos acreditavam em mais um grande jogo dos pupilos de Paulo Bento. À partida para o duelo as condições dificilmente podiam ser melhores, o jogo era em casa, o estagio estava bem composto, respirava-se confiança e a relação com os adeptos parecia pacificar, já para não falar que a partida começava do zero, ao contraio do embate anterior, onde o Sporting apresentava-se com menos três pontos que o oponente, desta vez tudo era diferente, disputava-se o primeiro de dois jogos e o Sporting dependia exclusivamente de si para seguir em frente. Mas se as ilusões leoninas eram gigantescas, maior foi a frieza dos germânicos, que em pouco mais de 45 minutos marcaram cinco golos e "arrebentaram" com o sonho dos adeptos verde e brancos. Em pouco mais de três dias o Sporting passou de uma exibição monumental para uma exibição catastrófica, mais do que descer de nível o Sporting caiu das alturas!!! E assim seguiu a marcha leonina, agora sem a ambição do dia anterior e com um pessimismo atroz. Para mal dos pecados de todos, e frenético sabor da imprensa..., o adversário que se seguia era o porto, e já todos apaziguavam nos ilustres meios de comunicação nacional uma derrota dos leões no dragão. Poucos dias depois, e acreditem que foram mesmo poucos dias depois, (nem ás 72 horas obrigatórias chegou), o Sporting entrava então no dragão, a moral elevada de outrora estava de rastos, mas a vontade de "limpar" a cara era com certeza enorme pois todos os jogadores tinham uma imagem a defender. Deste duelo não se sabia o que esperar, a não ser do empenho do arbitro em nos fazer a folha, e como tal restava-nos aguardar pelo desenrolar do jogo, mas sem fazer prognósticos, claro. No fim do encontro, os mais pessimistas ficaram surpreendidos, os mais optimistas ligeiramente desiludidos e os que "adivinhavam" um Sporting "destruído" no dragão ficaram simplesmente a ver estrelas!!! O Sporting saíra de um dos mais complicados estádios portugueses com uma exibição regular, na defesa os leões foram gigantes e no ataque suficientemente capazes para falhar três a quatro ocasiões flagrantes. No fim não brilhamos mas estivemos bem.

Posto isto, aqui fica exemplarmente ilustrada a irregularidade leonina, começamos a semana de forma magistral, continuamos de forma horrorosa e acabamos com uma exibição regular. Explicações para isto são difíceis de encontrar, existir existem de certeza, mas como não sou um dos "super" analistas da praça desportiva nacional não as sei descrever... Não posso é compactuar com algumas opiniões que atribuem deliberadamente as culpas da pesada derrota diante o Bayern ás 4/5 trocas de Paulo Bento, pois se é verdade que elas existiram, não deixa de ser menos verdade que elas foram normais. Comecemos pela defesa, sector ao qual todos atribuem maior culpabilidade no desastre..., aqui tivemos três trocas, muitas de facto, mas convêm analisar ao pormenor quem entra e sai. Do lado esquerdo saí Grimi e entra Caneira, e agora pergunto eu... qual dos dois tem maior rigor e consistência defensiva? Esta não foi uma troca normal? No lado direito saiu Pedro Silva, uma nódoa a defender, e entrou Abel, outra nódoa no capitulo defensivo, mas alguém acredita que o brasileiro faria melhor, principalmente nas tarefas defensivas? Finalmente no centro da defesa saiu Carriço, um jovem com grande valor mas que ainda não é um fantástico ou sequer grande jogador, para lá caminha mas ainda não o é, e entrou Tonel, jogador mais alto, experiente e forte no choque físico. E Será que com Carriço não sofreríamos aqueles 5 golos? Neste momento Carriço vale mais pelo que pode vir a ser do que pelo que é, e comparando-o com Tonel, não vejo em qualquer um dos dois mais qualidades num do que no outro. A alteração que talvez faça mais confusão, e essa sim faz de facto, foi a inclusão de Romagnoli em detrimento de Vukcevic, alteração que se previa má e que depois o provou ter sido efectivamente. Mas não acredito que tenha sido esse o motivo para tão dramática exibição leonina.