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Libertar talento de MatiGol

Matias Fernandez foi um dos três reforços do Sporting para a temporada 2009/2010, sendo claramente o mais sonante de todos, o único com perspectivas futuras e o mais caro de entre os recém chegados. A sua contratação foi acarinhada por todos os adeptos e ninguém ficou indiferente à contratação de "El Crack", jogador que "explodiu" para o mundo do futebol no Chile, com prestações verdadeiramente fenomenais. Depois de uma infeliz passagem por Espanha, foi lançado muito cedo às feras, MatiGol chegou ao Sporting com a ambição desmedida de fazer grandes exibições, muitos golos e dar grandes espectáculos aos adeptos leoninos. O talento está lá, com tudo, volvidos mais de 10 jogos, Matias continua uma sombra da sua qualidade e a fazer muita agua na boca sem conseguir no entanto alimentar o coração dos Sportinguistas... Coloca-se então a pergunta, Porquê? Será que Fernandez não passa de mais um erro de casting como tantos outros? Ou muito nos enganamos todos nós, adeptos, analistas e órgãos do Sporting, ou talento é mesmo coisa que não lhe falta, aliás, para tal basta atestar os poucos momentos em que o chileno toca na bola, momentos em que esta parece ganhar outra dimensão e ficar "ainda" mais redonda... Ao contrario de outros jogadores, que depois de três ou quatro toques na bola perspectiva-se claramente a sua falta de qualidade, e só apetece perguntar o porquê de tal contratação, o caso do chileno é bem diferente, MatiGol deslumbra quando conduz o esférico mas faz-lo poucas vezes, muito poucas vezes... E aí sim, reside o grande problema deste jovem atleta. A Matias não lhe falta talento, velocidade, técnica, em suma, qualidade, falta-lhe sim é bola... Um jogador como Matias Fernandez não pode passar quase todo o jogo a ver a bola passar-lhe ao lado, este tipo de jogador tem de ter o esférico, conduzi-lo, não ter medo de a perder e arrancar para cima dos adversários. E porquê que MatiGol não tem bola? Claro que o próprio jogador não será alheio a este aspecto, pois tem de ter melhor posicionamento, mais coragem de assumir o jogo e mais nervo na sua procura. No entanto, o grande responsável pela evolução de um jogador é o treinador, é a este ultimo que cabe motivar, incentivar e posicionar correctamente os seus atletas. De certo que Paulo Bento não está isento de culpa do menor rendimento do camisola 14 do Sporting. Neste momento é mais do que óbvio que algo não está bem, Matias Fernandez fixa-se em demasia na zona 10 e de lá não saí para quase nada. As suas movimentações são quase sempre no sentido vertical, oscilando entre a entrada da área nas jogadas de ataque continuado e o meio campo defensivo nas jogadas inversas, mas quase sempre sem sair do meio, ou seja, parece existir ali uma linha condutora da qual não se desvia. Tal movimentação não só o inibi de participar em grande parte das jogadas da equipa, pois apesar de não ter extremos o Sporting utiliza muito as alas..., como o coloca sempre em situação de marcação/falta de espaço para arrancar e conduzir a bola. Para tal algo terá de mudar, e aí sim, Paulo Bento deve assumir as rédeas e valorizar o talento que possui, criando mecanismos que "incluam" MatiGol nas movimentações da equipa e o "transformem" não num jogador de poucos toques, talvez não tenha a bola mais de 2 a 3 minutos por jogo, mas sim num atleta "chave" da equipa, fazendo de Mati Fernandez o "motor" da equipa, o jogador pelo qual a bola deve quase sempre passar e dando-lhe liberdade para numa segunda fase aparecer em zona de golo, pois não há duvida que também aí este jogador é especial... Das duas uma, ou a equipa terá de se adaptar ao estilo de Mati, movimentando-se mais em seu redor, ou terá de ser o craque chileno a corrigir alguns aspectos das suas movimentações e colocar-se mais vezes em posição de recepção da bola e não tanto segui-la com os olhos à espera que a bola lhe chgue. Urge "dar" jogo a MatiGol para que este dê talento à equipa, pois é um crime manter o chileno alheio do futebol verde e branco.